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Abstract
No último século as relações sociais são marcadas pela desregulamentação dos
mercados, levado a efeito pela via da globalização e pela flexibilização dos processos
produtivos e das relações de trabalho. Os efeitos mais visíveis dizem respeito à crise do
emprego e á fragilização da cobertura social que marcaram a década de 90 em todo mundo.
Há um aumento da instabilidade para os trabalhadores, pois as transformações tecnológicas
próprias do processo de acumulação de capital, mudam também o significado social do
trabalho à medida que imprimem um caráter provisório a muitos postos de trabalho e
ocupações no processo produtivo e organizacional e, conseqüentemente, nas posições delas
decorrentes, denotando ausência de perspectiva e lugar seguro na sociedade.
Nesta conjuntura se constroem e recompõem ações coletivas com questões e
demandas diferenciadas. Novos atores sociais emergem nas sociedades contemporâneas. A
Economia Solidária pode ser vista por esta ótica, visto que a forma concreta de uma
sociedade faz emergir determinados movimentos sociais, ou seja, eles nascem de uma dada
condição estrutural. Os conflitos podem emergir e reemergir numa sociedade capitalista,
visto que ela é dinâmica e que apesar de passar por períodos de crise, intimamente ligados a
determinações econômicas e políticas, ela se modifica e se moderniza.
A Economia Solidária é, portanto, um movimento de reação contemporânea, que
vem tomando forma, construindo sua identidade e ganhando expressão e visibilidade no
Brasil á partir da década de 80, onde o agir coletivo se coloca como uma alternativa
possível para os atores sociais, que estão em sua grande maioria, excluídos do mercado de
trabalho formal e do consumo. Nela eles se organizam pela via da solidariedade, trabalho
coletivo e do reconhecimento de um ponto em comum: a busca de trabalho e renda por
meio da formação de empreendimentos econômicos solidários.
Nesse processo de organização coletiva os trabalhadores contam com instituições
apoiadoras entre elas, em especial, as Incubadoras Universitárias para formarem e
organizarem seus empreendimentos. Apesar das dificuldades encontradas, a economia
solidária cresce e são significativos os resultados e benefícios. Portanto, o movimento da
economia solidária é um desafio num campo aberto de possibilidades.