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Abstract
Este trabalho tem como objetivo analisar a relação de path dependence no
sistema econômico e institucional do álcool combustível no Brasil. O etanol, após
fases de crescimento e desafios, tornou-se parte da matriz energética brasileira.
Esta trajetória reflete a persistência de uma rota (caminho) traçada sob influência
de organizações (usinas e destilarias, setor de máquinas e equipamentos,
indústria automobilística, Estado, organizações corporativistas, P&D) e de agentes
econômicos (consumidores) voltados, direta ou indiretamente, para a manutenção
dessa rota escolhida. Este arranjo de “interesses” deu sustentação ao etanol
brasileiro, mesmo em momentos em que a competitividade deste combustível era
questionada como opção energética mais adequada para a substituição de gasolina/
diesel. Mesmo após a retomada do setor nos anos 2000, em que a tecnologia flex
e as crescentes preocupações acerca das mudanças climáticas impulsionaram o
setor no Brasil e no mundo, a escolha do etanol como substituto dos derivados do
petróleo ainda se mostra ameaçada por novas tecnologias renováveis e mesmo
pela descoberta de novas reservas de petróleo. Fica claro que, caso se deseje
manter a liderança no mercado nacional de combustíveis e expandir o mercado
internacional para estes produtos, a coalizão em torno do álcool combustível
ainda precisará enfrentar diversas questões técnicas e institucionais......This study aims to analyze the relationship of path dependence in the economic
and institutional system of ethanol in Brazil. Ethanol, after stages of growth and challenges,
has become part of the Brazilian energy matrix. This trajectory reflects the persistence of
a path shaped under the influence of organizations (mills and distilleries, machinery and
equipment sectors, automotive industry, the government, corporatist organizations, R&D)
and economic agents (consumers) interested, directly or indirectly, in the maintenance
of the chosen route. This “interest arrangements” supported the Brazilian ethanol, even
when this fuel competitiveness was questioned as the most appropriate energy option to
substitute gasoline/diesel. Even after the recovery of this sector in the 2000s, when the
flex-fuel technology and the GHG (Greenhouse Gases) emissions increased the ethanol demand in Brazil and abroad, the choice of ethanol as the main substitute of fossil fuels is still jeopardized by other
renewable fuels and even by the discovery of new oil reserves in Brazil. In order to succeed, the collision supporting
the expansion of ethanol in the international market will have to handle a myriad of technological and institutional
barriers in Brazil and worldwide.