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Abstract
Este artigo tem como objetivo discutir a proposta de Educação no
Campo adotada pelas Casas Familiares Rurais (CFRs), na Região Sudoeste do Paraná,
também conhecida como “Pedagogia da Alternância”, procurando verificar a contribuição
desta pedagogia para o desenvolvimento sócio-econômico cultural e educacional dos
jovens rurais, suas famílias e comunidade. A Pedagogia da Alternância é uma proposta
educacional que respeita as peculiaridades regionais, valoriza o modo de vida do homem
rural, seus costumes e valores, conseguindo adequar-se às complexidades existentes na
Agricultura Familiar, diferenciando-se da educação urbana adotada em municípios com
características rurais ou até mesmo no ensino agrícola. Essa proposta educativa para o
meio rural procura relacionar o processo de educação com seu público alvo, conciliando o
trabalho na propriedade rural com a educação, valorizando o conhecimento do aluno numa
interação entre a escola-família-comunidade, utilizando a interdisciplinariedade e os temas
geradores no processo de ensino-aprendizagem. A Pedagogia da Alternância adotada nas
CFRs tem contribuído para o resgate cultural e a elevação da auto-estima dos jovens rurais
em relação à sua profissão de agricultores, também corroborando com a possibilidade da
permanência do jovem no campo e a continuidade dos seus estudos, diminuindo, com isso,
o alto índice de analfabetismo no meio rural. Entretanto, o simples emprego desta
pedagogia não garante o sucesso da proposta, pois a mesma depende também de políticas
públicas de incentivo que estejam inseridas dentro de um projeto de desenvolvimento local
sustentável. Outro fator preponderante para o sucesso da Pedagogia da Alternância é o
envolvimento da sociedade como um todo no projeto, ou seja, dos monitores, dos alunos e
suas família, da comunidade onde a escola está inserida, bem como do poder público
estabelecido, numa concentração de esforços e ações para buscar a melhoria da qualidade
de vida do homem no meio rural.