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Abstract

As elaborações entorno da agroecologia na década de 1990 ganharam várias compreensões e sentidos, muitas vezes de forma fragmentada e descontextualizada. O presente texto procura articular o debate agroecológico dentro do desenvolvimento do movimento ambientalista, surgido devido às modificações estéticas na sociedade industrial do século XVIII, com o fortalecimento do capitalismo. Os conceitos e noções básicas que orientam grande parte das compreensões atuais sobre a agroecologia irão surgir dos debates que esse movimento construirá ao longo dos séculos XIX e XX, principalmente. A trajetória teórica que sofre o conceito de ecologia durante esses séculos é refletida sobre as elaborações agroecológicas. Assim, as críticas realizadas às sociedades contemporâneas irão conformar a elaboração da noção de sustentabilidade, popularizada a partir da década de 1970, assumindo diferentes significados a partir de então, orientando, também, as elaborações sobre agroecologia. Nesse sentido, procura-se discutir os limites e potencialidades dos enfoques e compreensões agroecológicas num ambiente de mercados oligopolizados onde a busca pelo mercado de nicho é constante para os setores produtores com pequeno patrimônio produtivo. Com isso, conforma-se uma discussão articulando a economia política e a ecologia política procurando encontrar pontos de convergência e limites de diálogo. Conclui-se, destacando o caráter de síntese que possui o conceito de ecologia como orientador de possíveis estratégias de desenvolvimento e estudo das relações ecosociais, tentando localizar os desafios postos pelas sociedades contemporâneas a esta perspectiva epistemológica.

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