Files
Abstract
Neste artigo são apresentados subsídios para a elaboração e implementação de políticas
públicas com recorte de gênero e raça na agricultura familiar. Em meio à diversidade da
estrutura agrária brasileira, destaca-se a presença das comunidades quilombolas, refletindo
sobre o lugar ocupado pelas mulheres nesse contexto. Tal proposição justifica-se pela falta de
avaliação e reconhecimento do papel deste segmento, na preservação dos valores étnicos, do
patrimônio material e imaterial, dos cuidados com a manutenção da biodiversidade e da
segurança alimentar. Para a elaboração deste trabalho foram utilizadas informações obtidas
pelo projeto Gênero, raça e atividades produtivas para o Etnodesenvolvimento
(UNIFEM/DFID/MDA). Inicialmente, apresenta-se um breve nivelamento conceitual que
busca introduzir a discussão. Considera-se que além de reconhecer a divisão sexual do
trabalho, como elemento estruturador da organização do trabalho, também é fundamental
reconhecer as especificidades dos grupos étnicos. Em seguida, são apresentados dados
referentes às atividades produtivas desenvolvidas pelas mulheres quilombolas. E finalmente,
na terceira parte, busca-se refletir sobre a elaboração e implementação de políticas públicas
voltadas a um maior empoderamento econômico e social das mulheres quilombolas, levando
em consideração o seu papel no desenvolvimento rural.