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Abstract
A Acacia mearnsii De Wild, conhecida regionalmente por Acácia Negra é uma
árvore de origem australiana que chegou ao Brasil em 1918 no estado do Rio Grande do
Sul. Atualmente, cerca de 40.000 produtores familiares plantam florestas de Acácia Negra
para fins comerciais, totalizando algo em torno de 150 mil hectares de reflorestamento,
concentrados unicamente na região Sul do Brasil. Esta produção alimenta duas indústrias
florestais no Brasil, a TANAC S.A. e a SETA S.A. Estas indústrias desenvolvem produtos
que servem como matéria-prima para atender a diversos setores industriais, especialmente
no mercado internacional. Neste contexto percebem-se grande parte das ações orientadas
pelo paradigma econômico que, tendo a sua frente o desafio da globalização acaba
atendendo a um número cada vez mais restrito de stakeholders e gerando preocupações em
termos de sustentabilidade. No trabalho analisou-se como está sendo feita a gestão das
propriedades rurais dos produtores florestais de Acácia Negra com base na proposição de
Shrivastava (1995), que propõe duas lógicas de gerenciamento: o modelo tradicional e o
modelo ecocêntrico. O resultado é a verificação de uma orientação predominantemente
econômica, com alta dependência do segmento industrial e valores antropocêntricos.
Contudo, foram evidenciadas variações por parte dos acacicultores em termos de valores,
objetivos, necessidades e interesses. As motivações e implicações das escolhas gerenciais
dos produtores são discutidas a partir da inclusão de outros agentes como: sindicatos rurais,
associações e indústrias.