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Abstract
Este trabalho analisa a transformações socioeconômicas e ambientais na região dos
Campos de Cima da Serra (RS). Baseado nos pressupostos da Economia Ecológica e
Nova Economia Institucional é feito uma análise crítica da prática “queimada
controlada” como um modo de manejar o campo nativo. Amparado por dados de
pesquisas, experimentos e projetos desenvolvidos na região apresenta-se um sistema de
produção de bovinos baseado no “ajuste de carga animal” e melhoramento de campo nativo”como alternativas viáveis do ponto de vista socioeconômico e ambiental. Como
resultados constata-se que os usos de tais práticas permitem elevar a produtividade
média da bovinocultura de corte. A passagem de 70 kg/ha/ano média do Estado para
200 a 230 kg/ha/ano pode ser obtida somente com o ajuste da carga animal, a custo zero
para o pecuarista. Além disso, tais práticas contribuem de forma efetiva para
sustentabilidade ambiental, visto que, guardada as devidas proporções, estas tendem a
preservar a resguardar o patrimônio genético riquíssimo representado pelas pastagens
naturais da região. Mesmo com sua eficácia comprovada, os pecuaristas são resistentes
a sua implementação, reforçando a tese de que a tradição, hábitos e rotinas adotadas são
fatores que influenciam na tomada de decisão dos agentes.