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Abstract
O tema da fome ganhou amplo destaque político nos últimos anos, tendo estado presente em
diversos debates sobre o desenvolvimento nacional e mundial. No Brasil, estudos foram
efetuados sobre o tema visando identificar os seus fatores determinantes. Estes estudos
comprovam que o problema da fome no Brasil está relacionado à impossibilidade demanda e
não a falta de oferta de alimentos. Desta forma, este artigo buscou investigar, por meio de um
modelo de programação linear aplicado na movimentação do arroz, como o estudo logístico
pode propiciar melhoria de bem-estar para a população de baixa renda, uma vez que ajuda a
observar alternativas que reduzem o custo de transporte. O pressuposto utilizando neste
estudo é de que reduções no custo de comercialização são transferidas aos preços pagos pelos
consumidores. O estudo de caso envolveu os municípios gaúchos de Itaqui, Cachoeira do Sul,
Camaquã, São Sepé, Pelotas e Guaíba como ofertantes de arroz e como demandantes os municípios de Salvador, Maceió, Recife, Fortaleza e Manaus. A escolha dos municípios
estudados decorreu da disponibilidade de informações e do fato do estado do Rio Grande do
Sul ser o mais importante produtor nacional de arroz. O estudo apontou que, ceteris paribus, a
cabotagem é capaz de reduzir, consideravelmente, o custo de transporte do arroz do Sul do
país para as cidades selecionadas do Norte e Nordeste. A utilização da cabotagem diminuiu
em aproximadamente 40% o custo de transporte. Desta forma, levando-se em consideração o
preço praticado nas regiões demandantes, seria possível, com o uso da cabotagem, diminuir o
preço do arroz para a população demandante em aproximadamente 10%.