Files
Abstract
A escalada tarifária, em que o emprego de tarifas de importação sobre
componentes ou matéria-prima é mais baixo e aumenta progressivamente para bens
semifinais ou finais, estimula a importação de produtos primários em detrimento
dos processados. Este artigo mensura os ganhos para o Brasil com a eliminação da
escalada tarifária para produtos do café na União Européia (UE), e da soja na China
e na UE, comparando esses resultados com os de uma redução da escalada proposta
na Rodada Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio). Para tanto, foram
simuladas reduções tarifárias e quantificados os impactos comerciais com uma
modelagem de equilíbrio parcial. Os resultados indicam que as negociações sob
a rodada Doha da OMC poderão reduzir a escalada tarifária que incide sobre
produtos do café na UE e da soja na China e na UE, no entanto sem a eliminar, para
o que seriam necessários cortes tarifários mais elevados. Os impactos comerciais
se mostraram maiores na simulação de eliminação da escalada tarifária do que na
de uma redução, conforme esperado. Quantificou-se o volume de comércio que
o Brasil deixaria de ganhar no caso da adoção da proposta de Doha para corte da
escalada. Na UE, o aumento das importações dos produtos brasileiros processados
do café e da soja poderia ser 75,4% maior com a eliminação da escalada tarifária do
que com a redução conforme Doha......The tariff escalation, where the import duties on components or raw materials
are lower, and move progressively higher on semi-finished goods upwards to the finished
goods, stimulates the imports of primary commodities rather than processed products.
This article measures the gains to Brazil with the elimination of the tariff escalation for coffee products in the European Union (EU), and soybean products in China and
in the EU, comparing these results with those of an escalation reduction proposed in
the Doha Round of the WTO (World Trade Organization). For that purpose, tariff
reductions have been simulated and the impact upon trade has been evaluated with the
application of partial equilibrium modeling. The results indicate that trade under the
Doha round of the WTO can reduce the tariff escalation although it is not phased out,
which would require greater tariff cuts. The impacts upon trade have been higher in the
simulation of an elimination of tariff escalation than in its reduction, as expected. It was
possible to quantify the trade flows that Brazil would not gain if the Doha proposal for
tariff escalation reduction was adopted. The EU imports of coffee and soybean processed
products from Brazil could be 75.4 percent higher with the elimination of the tariff
escalation than under its reduction according to Doha negotiations.