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Abstract
Este trabalho analisa as diferenças no estado de saúde entre e dentro
dos grupos de ocupados agrícolas e não agrícolas no Brasil, utilizando medidas
de autoavaliação do estado de saúde captadas no suplemento da PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008. As análises baseiam-se na
composição socioeconômica dos ocupados agrícolas e não agrícolas e nas
estimativas de equações simultâneas para captar as relações não lineares entre
saúde, renda e jornada de trabalho. Um dos pressupostos do trabalho é que a
baixa prevalência de saudáveis entre os ocupados agrícolas estaria associada,
sobretudo, à composição socioeconômica desse grupo, e não à maior
insalubridade a que os ocupados das atividades agrícolas estariam submetidos
em condições socioeconômicas semelhantes às dos não agrícolas. Analogamente,
a desigualdade no estado de saúde seria menor entre os ocupados agrícolas
devido aos hábitos mais homogêneos, não só no que se refere ao tipo de
atividade, mas também em relação à qualidade de vida e ao acesso a uma série
de itens de consumo, típico das localidades menos desenvolvidas onde as
atividades agrícolas prevalecem......This paper analyzes differences of health conditions between and
within agricultural and non-agricultural workers in Brazil. Self-reported health
measures of the Health Supplement of Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD), from 2008, are used. Results are based on the description
of the socioeconomic characteristics of each group of employees and on estimates
of a simultaneous equation to measure non-linear relations between health
conditions, income and work hours. The main hypothesis is that the lower
prevalence of workers with good health among agricultural workers is mainly
due to socioeconomic characteristics of this group and not necessarily to higher
insalubrious conditions that such workers would be submitted to in equivalent
socioeconomic conditions than non-agricultural workers. Similarly, inequalities
in health status within agricultural workers may be lower than non-agricultural
workers due to more homogeneous kinds of activities, quality of life and
consumption, usually found in less developed areas where agricultural workers
prevail.