Files
Abstract
O processo inflacionário brasileiro foi estudado a fundo por dois principais grupos de estudiosos: o
tradicional monetarista e o estruturalista. O primeiro acreditava que o processo inflacionário fosse
resultado do crescimento mais acelerado da oferta que da demanda monetária, dada a incapacidade do
governo de cobrir seus gastos com tributos e emissão de títulos; já o segundo grupo julgava que a inflação
fosse uma conseqüência do padrão de desenvolvimento via promoção do setor industrial, em outras
palavras, o setor agrícola era visto como propagador de inflação, levando-se em conta que o crescimento
rápido da demanda de produtos agrícolas tinha uma resposta inadequada à oferta desses produtos. Esta
teoria foi utilizada neste trabalho. Diante desses questionamentos elaborou-se este trabalho com o
objetivo de investigar se os produtos agrícolas são ou não potencialmente inflacionários após a
estabilização econômica proporcionada pelo Plano Real, verificando ainda, qual participação dos preços
agrícolas e preços industriais na formação do índice geral de preços. Este trabalho compara seus
resultados com os obtidos na dissertação de Abdallhah (1991) que utilizou o modelo de Modiano (1985)
de determinação simultânea de salários e preços na economia onde se verificou que os preços industriais
influenciavam mais na formação dos preços globais que os preços agrícolas. Neste trabalho, utilizou-se o
modelo dinâmico de defasagem distribuída pelo fato deste descrever melhor a evolução da economia e
suas reações encadeadas ao longo do tempo. As séries em estudo passaram por dois testes de raiz unitária:
Dickey e Fuller Aumentado (ADF) e o teste Kwiatkowski, Phillips, Schmidt e Shin (KPSS) a fim de
evitar resultados espúrios. Foi realizado, ainda, o teste Wald para avaliar o grau da transmissão dos
índices inflacionários