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Abstract
Neste artigo, analisou-se, para o mercado brasileiro, o efeito-fronteira, que indica o viés do
comércio doméstico em comparação com o comércio internacional. Esse efeito foi
estimado empiricamente, utilizando-se dados de corte seccional, em um modelo de
gravidade com os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal e 40 países. Apesar de o
Brasil estar reduzindo as barreiras ao comércio internacional, o efeito-fronteira calculado
mostrou-se ainda muito alto para os padrões conhecidos. O valor encontrado para o viés
entre os estados brasileiros foi igual a 33, evidenciando-se que eles comercializam 33
vezes mais entre si do que com os países estrangeiros. Em um país em desenvolvimento
como o Brasil, as conseqüências desse viés, em termos de bem-estar, provavelmente sejam
muito grandes. A magnitude do efeito-fronteira pode ser explicada pelo baixo grau de
substituição entre os produtos domésticos e estrangeiros e, também, pelas grandes barreiras
ao comércio internacional. ---- This paper analyses the border effect in the brazilian goods market, which indicates how
biased intra-national trade is compared with international trade. We quantify the border
effect empirically using a cross-seccional grav
ity equation for twenty six brazilian states
plus the Federal District and forty countries
, and find that although Brazil has been
reducing its trade barriers, the border effect is s
till very high to any standards. The bias in a
typical brazilian state relative to other count
ries was found to be around 33, suggesting that
trade among brazilian states is thirty three tim
es as high as trade with a foreign country.
The welfare consequences of a bias of this size is likely to be very large for a developing
country as Brazil. It can be explained both
on the low degree of substitutability among
goods produced in brazilian states and foreign countries, as well as on the large barriers to
trade