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Abstract
Este artigo decorre de um trabalho de pesquisa mais abrangente cujo objetivo geral foi
identificar e estruturar a Cadeia Produtiva de Flores Temperadas no Estado de
Pernambuco. De uma maneira mais específica enfocamos aqui os segmentos produção e
distribuição no atacado, tendo como referência o município de Gravatá, o maior produtor
de flores temperadas e o principal mercado atacadista a CEASA/PE, onde através do
Programa Reciflor são comercializadas as principais espécies de flores produzidas em
Pernambuco ou provenientes de outros estados. O uso limitado de tecnologias de produção
em estufas explica a grande oscilação da oferta. As flores produzidas por pequenos
produtores são cultivadas essencialmente em campo aberto submetendo o mercado e os
preços aos efeitos da incerteza sazonal. No primeiro trimestre do ano a oferta local é
pequena e os demais períodos sofrendo intervalos de pico de demanda intercalando meses
de forte oferta com períodos mais retraídos. Além das oscilações da oferta os produtores
têm que conviver com contínua elevação dos custos de produção. A média dos preços
praticados no mercado atacadista da CEASA/PE apresentou no período estudado poucas
variações. Os custos para produzir um hectare de flores, incluindo instalações, mão-deobra,
fertilizantes, embalagens e outros variam de espécie para espécie. A região produtora
do agreste pernambucano (Gravatá) apresenta, em sua matriz de custos, valores que, também, variam de produtor para produtor. Constatou-se a necessidade
de organização dos produtores em associações ou em cooperativas para negociar com os
fornecedores de insumos, volumes e preços mais adequados. Os custos de produção e as
margens de comercialização identificados neste estudo revelaram os diferentes níveis de
dificuldades que ocorrem na produção, pós-colheita e comercialização no atacado,
decorrentes da extrema variabilidade e descontinuidade da quantidade ofertada, resultando
em significativa variação dos preços e das margens entre os segmentos estudados.