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Abstract
O Rio Grande do Sul é responsável por, aproximadamente, 90% da produção de vinhos do país
caracterizado hoje com 42.902.608 litros de vinhos finos e 313.962.284 de vinhos comuns. O
grande desafio do arranjo vitivinícola do estado é o aumento da competitividade dos vinhos finos
nacionais.Isso poderá ocorrer por medidas de reduções tributárias, pelo aumento do consumo per
capita brasileiro de vinho e, principalmente pela implementação de inovações e estratégias que
promovam a melhoria da qualidade dos vinhos e por meio de medidas jurídicas que atestem essa
qualidade como as indicações geográficas. Constata-se que na região do Vale dos Vinhedos, na
Serra Gaúcha/RS/Brasil, as vinícolas estão implementando inovações e estratégias de competição
e cooperação com vistas à obtenção anual da indicação de procedência para os vinhos finos.
Nesse contexto, esse paper tem como objetivo identificar as inovações e estratégias que têm sido
desenvolvidas por uma vinícola do arranjo vitivinícola gaúcho para a obtenção da Indicação de
Procedência Vale dos Vinhedos - IPVV. Para a análise do processo de inovação aplica-se um
framework proposto com base nos modelos adaptados de Giget (1997), Henderson e Clark
(1990), Afuah e Bahram (1995) e Nalebuff e Brandenburger (1996), o qual permite o estudo dos
tipos, intensidades e impactos das inovações na rede de valor da empresa focal. Para o estudo das
estratégias aplica-se o framework de Dagnino e Padula (2002) que possibilitam classificar as
estratégias de cooperação competitiva. O método da pesquisa é o estudo de caso aplicado a
Vinícola Cordelier, uma das maiores vinícolas produtoras de vinhos, localizada no Vale dos
Vinhedos, na Serra Gaúcha-RS/Brasil. Os dados foram coletados através de quatro entrevistas realizadas como os gestores e enólogos. Constata-se que a empresa desenvolve inovações de
produto, processo, distribuição e gestão, em diferentes níveis de intensidade, dimensionados num
continuum entre incremental e radical. Percebe-se também que estas inovações geram diferentes
impactos sobre os stakeholders que compõem a rede de valor da empresa. A estratégia de
cooperação competitiva predominante é a em rede simples, representada pela associação de
empresas de vinhos finos, a qual possibilitou a outorga da IPVV.