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Abstract
Desde o início da década de 1990, a Amazônia legal brasileira vem sendo palco da
expansão do plantio de soja e da atuação de empresas esmagadoras de grãos. Nos últimos
anos a logística instalada pelo complexo agroindustrial sojicultor, a partir de produtores,
fornecedores de insumos, processadores de matérias primas, assume um caráter estratégico
e promove o avanço de novas fronteiras agrícolas no interior da região. A abundância de
terras agriculturáveis, juntamente com a facilidade de escoamento via transporte fluvial
através dos rios que cortam a bacia amazônica para o oceano Atlântico e daí para mercados
consumidores na América do Norte, Europa e Ásia, são elementos que chamam a atenção
das grandes tradings internacionais, e de empresas nacionais, que visam o mercado
interno, mas principalmente o agronegócio exportador. Esses grupos empresariais criam
vínculos econômicos entre o espaço regional e o comércio internacional. Neste sentindo
este artigo busca analisar o contexto mais geral desta discussão, discutindo o lugar
estratégico da cadeia de soja no processo de inserção global do sistema agroalimentar
brasileiro, mas centrado foco em dois estudos de caso na região amazônica: Santarém no
Pará e Humaitá no Amazonas.