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Abstract

Realizou-se uma caracterização da cadeia produtiva da borracha do Brasil, considerando-se três elos principais: a produção agrícola (seringueira), a produção de látex e seu beneficiamento. O Brasil responde atualmente por 1% da produção mundial de látex, sendo importador do produto. A crescente produção no estado de São Paulo com melhores condições edafoclimáticas pode alterar este cenário. Analisou-se o valor necessário para investimentos para implementação de seringais, a forma de fixação de preços da borracha natural e do látex. Procedeu-se ao levantamento de dados primários e entrevistas com agentes do setor para identificar os principais gargalos para a expansão da atividade.. Observou-se que o custo de implantação de um hectarede seringueira, incluindo o cumprimento de legislação específica chega a R$ 6.000,00, que é difícil de ser arcado pelos pequenos produtores, considerando-se a ausência de linhas de crédito oficiais compatíveis com o retorno da atividade. No que refere à formação de preços, observou-se que a legislação pertinente e os acordos entre os intervenientes especifica que os preços pagos são ajustados aos valores do látex importado. Deste modo, os preços nacionais estão alinhados com o mercado internacional, e sofrem o impacto da taxa de câmbio. Praticamente 70% do preço fica com o produtor de látex e 30% com a indústria beneficiadora, conforme entendimento entre os agentes da cadeia produtiva. As perspectivas são positivas do lado da demanda, de modo que há uma clara necessidade de maior produção, que dependerá da superação dos gargalos apresentados. As linhas de crédito recém constituídas exigem requisitos de difícil cumprimento por parte dos produtores (tais como a constituição de reserva ambiental de 20% do total da área, fato que reduz a rentabilidade da cultura). Outra necessidade levantada pelos agentes é a equiparação da seringueira com árvore de reflorestamento, que solucionaria o problema de acesso às linhas de crédito. Quanto às usinas de látex verificou-se da mesma forma a necessidade de giro e instrumentos de comercialização, como EGF, o que as possibilitaria a formação de estoques para venda em períodos mais vantajosos. As usinas beneficiadoras, que dependem de investimentos, capital de giro e recursos de comercialização, cada vez mais tornam-se obsoletas e financeiramente inviáveis, e também requerem linhas de crédito apropriadas.

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