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Abstract
O artigo aborda a mercantilização do consumo de alimentos básicos na agricultura familiar do
Rio Grande do Sul, principalmente na Região Norte do estado, denominada de Alto Uruguai.
O objetivo principal é o de demonstrar como o processo de mercantilização social e
econômica da agricultura familiar ocorreu a partir dos anos de 1970 e, como se desenvolver
na área da produção de alimentos para consumo das famílias rurais. Demonstra-se que este
processo fragiliza as famílias desta região, principalmente no que se refere a segurança
alimentar que é um dos principais componentes da reprodução social destes agricultores. O
estudo usa tanto dados primários como secundários e entrevistas semi-diretivas com
agricultores e atores sociais de desenvolvimento. A principal conclusão é a de que a
agricultura familiar passou por modificações profundas a partir do processo de modernização
da agricultura e que uma das esferas das unidades de produção que foram fragilizadas foi a de
produção para autoconsumo que cedeu lugar as lavouras e criações animais voltadas para o
mercado. Em outros casos, a compra de alimentos em postos de abastecimento urbanos é o
símbolo máximo deste processo.