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Abstract
A liberalização comercial e desregulamentação dos mercados levaram a forte
mudança na composição da pauta de exportação brasileira, com crescimento da
participação da agricultura, setor em que tradicionalmente o país apresenta vantagens
comparativas. Paradoxalmente, os superávits comerciais da agricultura vêm sendo
apontados como problema, na medida que contribuem para a apreciação da moeda
doméstica e conseqüente perda de competitividade do setor industrial. Este trabalho teve o
objetivo de contribuir para esse debate, buscando estimar os fatores determinantes do valor
das exportações agrícolas. Por meio da estimação de um modelo de correção de erro
vetorial se chegou à conclusão que o crescimento econômico mundial pouco influenciou o
desempenho das exportações agrícolas. A taxa de câmbio, que esteve apreciada por grande
parte do período analisado, tampouco mostrou importância significativa. Pelo contrário o
modelo sugere que as exportações agrícolas têm influência sobre as variações cambiais,
resultado que reforça o argumento dos que consideram o sucesso comercial da agricultura
uma das principais causas da desindustrialização brasileira.