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Abstract

O trabalho aborda o inovador uso complementar da mandioca e da cana-de-açúcar para a produção de álcool. Ambas estas matérias-primas já foram usadas no passado, na produção de álcool etílico. Trata-se de procurar ver como elas se comportam hoje, dada a nova realidade histórica e tecnológica com que nos deparamos. O uso complementar do binômio cana/mandioca (a mandioca ou suas raspas utilizadas na entressafra da cana) permite expandir em torno de 50% a produção anual de álcool, com a mesma capacidade de destilação atualmente instalada e, portanto, sem acréscimos significativos de capital destinado à etapa industrial da produção de álcool. A menor exigência de solo por parte da cultura da mandioca, e, mais ainda, caso seja usada a raspa como insumo industrial, permite a utilização de terras de mais baixo custo de oportunidade, que não poderiam ser usadas para a plantação da cana. Assim, essas terras poderiam ser incorporadas à produção de energia, expandindo os benefícios do PROÁLCOOL a regiões e populações até hoje não atingidas. Outros aspectos da complementaridade, como, por exemplo, a possibilidade de aproveitamento econômico do bagaço no processo de obtenção do álcool via mandioca, são analisados no artigo. O estudo, ainda, conduz à necessidade de se proceder à análise das principais variáveis e dos aspectos que devem ser objeto de atenção numa pesquisa que vise a orientar as ações a serem desenvolvidas no sentido de racionalizar a política energética, mormente no que diz respeito ao combustível líquido vegetal destinado a substituir combustíveis de origem mineral. Assim, observa-se a necessidade de analisar a expansão da produção de álcool: por aumento da área cultivada, mantendo as práticas atuais; através da produção extra de melaço no período da safra da cana, para a produção de álcool na entressafra, via colheita da cana por todo o ano; com o uso complementar da mandioca; e através do uso complementar da raspa de mandioca. Cada uma destas alternativas deve ser analisada à luz dos custos privados e sociais de produção e estocagem, levando-se em conta os problemas de sazonalidade associados, e sua contribuição para o emprego em geral e, especialmente, para o emprego no campo, de mão-de-obra não qualificada para trabalhos urbanos.

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