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Abstract

A prioridade dada à industrialização dos centros metropolitanos contribuiu muito pouco para a solução dos problemas essenciais dos países do Terceiro Mundo. Na Região Nordeste, no Brasil, tal orientação de política econômica permitiu taxas razoáveis de crescimento econômico, mas não possibilitou, simultaneamente, êxitos na diminuição das disparidades no nível de renda "per capita", em relação ao país, que é o objetivo básico do projeto regional. Na verdade, nos últimos anos tem se verificado no Nordeste uma tendência à concentração da renda pessoal, à emigração descontrolada para as grandes cidades e às distorções sociais no campo e nos centros urbanos. Em consequência disto, tem crescido o interesse no Nordeste pelos problemas da interiorizarão da indústria e pela estratégia de desenvolvimento rural integrado, de modo geral. Este novo enfoque admite que consideráveis vantagens podem advir da integração da indústria com a agricultura nas próprias zonas rurais. A industrialização das comunidades do interior é apontada, enfim, como a estratégia apropriada à elevação da renda e do nível de emprego dos habitantes do interior, bem como capaz de reduzir os fluxos emigratórios do campo. Outro efeito positivo das indústrias rurais é melhorar a distribuição da renda e ampliar a dimensão do mercado para os produtos agrícolas. Em vista dos fatores tradicionais de atração da indústria para os centros urbanos mais importantes, não se deve esperar que a industrialização rural se faça espontaneamente pelas forças de mercado. Deve haver uma política governamental específica sobre o assunto, assim como um planejamento cuidadoso e flexível. No caso do Nordeste, a implantação das indústrias rurais deveria ser iniciada nas áreas dos projetos de irrigação onde há infraestrutura apropriada, bem como oferta de matérias-primas ajustáveis às necessidades manufatureiras. O Programa de Agroindústria do Nordeste, iniciado em 1975 e executado pelo Banco do Nordeste do Brasil e a SUDENE, corresponde a um primeiro passo na direção do novo enfoque, já havendo financiado 42 empresas, alcançando até o final de junho de 1979 o investimento total de Cr$3 bilhões e a criação de 12.585 empregos diretos. O aspecto central da nova concepção de industrialização rural, contudo, no contexto do desenvolvimento rural integrado, consiste em adotar uma forma de organização empresarial que permita a participação da comunidade rural no valor adicionado do processo de beneficiamento. As informações e conclusões constantes deste trabalho são, em parte, baseadas em pesquisas realizadas na Divisão de Estudos Agropecuários do Banco do Nordeste do Brasil sobre a industrialização rural do Nordeste, bem como em estudos e observações do próprio autor.

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