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Abstract
Apoiado nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios o artigo procura
contribuir com o debate sobre a pluriatividade mostrando que, no Brasil, o número de
famílias rurais pluriativas tende a crescer em regiões pobres (caso do Nordeste), ao
contrário do que ocorre em regiões que passaram por processos de modernização
tecnológica na agricultura e de industrialização difusa configurando uma rede urbana mais
dinâmica (caso da região Sul). Por esta razão, ao contrário do que se poderia pensar, o
crescimento da pluriatividade em áreas rurais de uma determinada região acha-se
associado muito mais à presença de entornos pobres do que à existência de entornos com
melhores oportunidades de ocupação não agrícola. No Nordeste a pluriatividade entre as
famílias conta-próprias pobres não consegue reverter a combinação ‘proletarização com
empobrecimento’ em ‘proletarização com superação do empobrecimento’. No Sul as famílias de conta-próprias agrícolas e pluriativas estão se proletarizando
completamente ao se converterem, ano a ano, em famílias assalariadas agrícolas ou não
agrícolas.