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Abstract
O presente trabalho está alocado no projeto CNPq Poder Local e Assentamentos Rurais:
expressões de conflito, de acomodação e de resistência (2004-2007), coordenado pela
profa. Vera Lúcia S. Botta Ferrante. Mais especificamente em seu segundo eixo temático,
que trata das contradições entre as diferentes estratégias familiares e os padrões de
organização econômica regionais. Com a portaria nº 075-2002 do Itesp, regulamentam-se
as parcerias entre os assentamentos geridos pelo órgão e as agroindústrias. Na região de
Araraquara, assentados da fazenda Monte Alegre começam a plantar cana em parceria com
a usina Santa Luzia. Esta e outras parcerias com o setor privado são analisadas como
impulsionadoras da produção nos lotes por trazerem benefícios no financiamento, plantio,
assistência e escoamento das produções. No entanto, há um grande risco de ocorrer o
arrendamento da terra e uma perda na autonomia e na liberdade dos produtores assentados
dentro das parcerias. O enfoque se dá principalmente no caso da cana devido ao histórico
dos trabalhadores neste complexo agroindustrial, pela importância política nacional do
setor e também por gerar conflitos internos nos assentamentos. As alternativas produtivas
junto ao setor privado contrastam com a diversidade e a agricultura familiar, mas não
esgotam essa possibilidade e nem encerram as características específicas da propriedade
familiar. O que se observa atualmente é a divisão do espaço dos lotes entre a monocultura
e a diversidade agrícola, possibilitando em alguns casos o progresso econômico e a
preservação dos recursos naturais. Fato que vai ao encontro do conceito de sustentabilidade
segundo Carmo (1998). A metodologia utilizada são leituras sobre experiências regionais
de sustentabilidade em assentamentos, pesquisa de campo, aplicação de questionários,
leitura do espaço e descrições em diário de campo.