Files
Abstract
Esse artigo tem como objetivo discutir as externalidades negativas associadas à contaminação
do solo e da água devido ao uso de agrotóxicos nos municípios do cerrado brasileiro, área em
franca expansão da atividade agrícola, cujo modelo produtor baseia-se no uso intensivo de
agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes). Embora, no presente trabalho, não se valore as
externalidades provenientes do uso dos agrotóxicos, aponta alguns fatores preditores da
contaminação na água e no solo por esses produtos nos municípios do cerrado brasileiro. Os
dados foram obtidos por meio da Pesquisa de Informações Básicas Municipais
(MUNIC/IBGE), cujo ano de 2003 veio a campo com um questionário suplementar com
questões atinentes ao meio ambiente dos municípios brasileiros. Adicionalmente, procurou-se
associar, por meio de mapas, áreas contaminadas e o grau de atividade agrícola dos
municípios, captado pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM/IBGE 2003). Por meio de uma
regressão logistica, foi possível encontrar alguns fatores de risco da contaminação no solo e
na água por agrotóxicos e fertilizantes. Caraterísticas como aumento da área de lavoura
temporária, poluição no ar por queimadas e por atividade agropecuária, proliferação de pragas
e municípios situados nas Regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste aumentam as chances de
contaminação, ao passo que municípios que promovem a educação ambiental reduzem as
chances de ocorrência desse problema. Conclui-se que o presente trabalho serve como
referência para os formuladores de políticas no sentido de auxiliar o desenho dos instrumentos
de regulação e o diagnóstico das áreas em que essas ações devem ser tomadas como
prioritárias.