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Abstract

A visão hegemônica do que seja desenvolvimento ainda tem uma forte dimensão etnocentrista, onde o modelo de sociedade e o estilo de vida ocidental, de caráter produtivista e consumista, continua sendo o referencial para traçar a linha divisória entre desenvolvidos e subdesenvolvidos. Porém, principalmente a partir da metade da década de 80, um novo enfoque passa a fazer parte do desenvolvimento: a sustentabilidade. O fator que mais diferencia o modelo de desenvolvimento convencional para o sustentável é a capacidade deste último de estar mais próximo da realidade uma vez que utiliza uma abordagem sistêmica multidimensional, que valoriza o conhecimento e a identidade local. Especificamente em relação à agricultura, diversos autores tem defendido a agroecologia como caminho para se atingir a sustentabilidade, pois ela abre a porta para o desenvolvimento de novos paradigmas, não só porque incorpora uma nova relação entre agricultura e ecologia, mas também porque valoriza o conhecimento local e empírico dos agricultores, a socialização desse conhecimento e sua aplicação ao objetivo comum da sustentabilidade. Verificou-se que o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Assentamento Dandara dos Palmares serviu para iniciar as discussões e pensamentos sobre os caminhos para se alcançar uma agricultura sustentável. Porém, para se avançar, é preciso antes uma articulação do que foi proposto no Plano com a capacitação dos atores envolvidos, em especial da comunidade, além da garantia de uma assistência técnica apropriada, do desenvolvimento de tecnologias, destinação de créditos e outras políticas públicas, os quais devem incorporar a visão agroecológica.

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